sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Convite - Ao Lume Brando da Urze







"A história de Raimundo lembra o famoso “Santos da porta …”. Mas há mais. Ao apresentar-nos um brasileiro preocupado com o seu semelhante e dotado de sentimentos altruístas, João de Araújo Correia, como diz Eça de Queirós a propósito de O brasileiro Soares (1886), do naturalista Luís de Magalhães, humanizou uma personagem que o romantismo tinha transformado numa caricatura, cuja imagem de marca eram os joanetes, o materialismo e a palermice. Em contraste com o nosso benemérito desperdiçado, em “As desilusões do brasileiro Raimundo”, são antes as instâncias do poder e a comunidade aldeã que não saem bem no retrato, fazendo pensar que a beneficência só se concretiza em território propício. Afinal, a obra só nasce se todos os homens sonharem."

     
Ana Ribeiro

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