quinta-feira, 29 de maio de 2014

Cheiros da terra

Foto: josé alfredo almeida



Sei que estou vivo e cresço sobre a terra.
Não porque tenha mais poder,
nem mais saber, nem mais haver.
Como lábio que suplica outro lábio,
como pequena e branca chama
de silêncio,
como sopro obscuro do primeiro crepúsculo,
sei que estou vivo, vivo
sobre o teu peito, sobre os teus flancos,
e cresço para ti. 

Eugénio de Andrade

1 comentário:

  1. "Li este belo poema,
    e reparei"na Música" dos seus versos...
    Deixei-me enlevar...

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