sábado, 28 de dezembro de 2013

Ir à História da Régua



Ir à história a Régua não é título para aconselhar um livro de memórias ou sobre o passado da nossa terra, hoje cidade.

Ir à História da Régua é antes uma pequena viagem pelas ruas da cidade entre a nossa estação do presente e a estação  dos nossos antepassados, a do passado mais recente, isto é, aquele que abrange todo o  período do séc. XIX, quando a Régua fez uma  grande urbe  e se tornou no mais importante importante centro comercial e de negócios de vinhos de toda a região duriense.

Ir à História da Régua ....é poder sair da actual Rua da Ferreirinha, da Biblioteca Municipal e voltar à Ameixoeira e ao  Palacete Costa Pinto,  a residência familiar de uma importante família reguense.

Mas, a Régua pouco ou nada sabe do Dr. Manuel Costa Pinto que no seu concelho foi um  líder carismático do Partido Progressista, distinto advogado que,  ainda no tempo da Monarquia, se destacou como Presidente de Câmara  Municipal da Régua.

Mais tarde, com o casamento da sua filha com um jovem médico de outra grande família reguense, a dos Barretos, também eles ligados politicamente aos progressistas, que tinha um próspero comércio, o edifício continuou a ser uma residência familiar e passou a ser conhecido, até ao nosso tempo,  por o  Palacete dos Barretos.

Hoje, este  belo edifício é uma casa pública e  da cultura reguense - aqui fica a nossa Biblioteca Municipal 

José Alfredo Almeida

3 comentários:

  1. Boa surpresa encontrar aqui este postal, que mostra o palacete dos meus bisavós Manuel da Costa Pinto e Ana do Sacramento Meireles, construído em 1896 segundo um projecto francês. O meu bisavô foi um dos primeiros advogados residentes na Régua, se não mesmo o primeiro. Tinha-se formado em Coimbra em 1876. A minha bisavó descendia de uma família de comerciantes de Ovar, de que alguns elementos se fixaram na Régua.
    Este postal ilustrado foi editado pelo meu tio-avô José Alves Barreto, que era fotógrafo amador. As famílias Costa Pinto e Barreto ligaram-se por essa época, em 1903, se não me engano, por casamento do meu avô João Alves Barreto (ainda estudante de Medicina e irmão do José Alves Barreto) com a minha avó Maria Adelaide da Costa Pinto.
    Contou-me o meu pai, Manuel da Costa Pinto Barreto (natural da Régua e cujo primeiro emprego foi o de engenheiro na Câmara da Régua, em 1936), que uma das obras que o seu avô e meu bisavô Manuel da Costa Pinto fez como administrador do concelho, talvez nos anos 1880, foi a criação daquele jardinzinho com um coreto em frente edifício da Câmara e a criação da Alameda, por detrás da mesma. Com a terra que se tirou de um lado para fazer o jardim, aterrou-se do outro lado para fazer a Alameda, contava o meu pai.
    No livro de Afonso Soares, 'Apontamentos para a História da Vila do Peso da Régua', de 1907 (ano em que morreu o meu bisavô Costa Pinto e nasceu o meu pai), mencionam-se outras obras feitas na vila sob a administração do meu bisavô, creio que em matéria de saneamento básico. Esse Sr. Afonso Soares, que além de jornalista foi comandante dos bombeiros da Régua, tem uma estátua no Largo do Cruzeiro. Era bom desenhador e pintor e foi ele quem ensinou a minha avó paterna, Maria Adelaide da Costa Pinto, a pintar a óleo, por volta dos primeiros anos do século XX.
    O meu bisavô por volta de 1905-1906 saiu do Partido Progressista e aderiu à Dissidência Progressista chefiada por José Maria d'Alpoim. Houve na Régua um jornal 'O Dissidente' dirigido pelo meu bisavô e onde escrevia também o Sr. Afonso Soares. Antes desse jornal, Manuel da Costa Pinto tinha dirigido o jornal 'O Douro', órgão do Partido Progressista. Não sei se alguma biblioteca da Régua ou do país terá essas colecções de jornais, que fazem falta para se fazer a história da Régua nas décadas em torno da viragem dos sécs. XIX para XX.
    Cumprimentos do
    José Barreto
    Lisboa

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  2. Olá, José Barreto
    Muito obrigado pelo seu interessante comentário np meu blog que refaz uma parte da história - e muitas outras histórias- à volta do Palacete- hoje edifício da Biblioteca Municipal. É verdade o que aqui diz e ainda existe o bi-semanário o "Douro" ( órgão oficial do Partido Progressista) para completar muito desse período histórico, em foi fundada também a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários do Peso ( 28-11-1880), onde esteve com fundador um Barreto.
    O meu blog é dedicado à Régua do presente e do passado, onde se faço reviver memórias ainda e uma recolha de fotos da nossa terra de outros tempos.
    Gostava de o convidar a escrever um artigo sobre a Régua que tem na sua memória e os seus laços familiares aos Barretos para o meu blog. Espero que aceite este meu desafio.
    Deixo meu contacto: 917917574 ou para este email: jasapr@gmail.com em Ir à História da Régua

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  3. Ao ler o comentário de José Barreto senti uma nostalgia enorme acompanhada de uma tristeza talvez ainda maior. Nascido nesta cidade da Régua, cresci entre dois jardins e dos quais nada resta. Lembrar o pequeno jardim com um coreto que dava uma alma tão distinta à Régua deixa-me um misto de imensa tristeza e a nostalgia da saudade do que de bom a Régua já possuiu e que disso já nada posso mostrar ao meu filho.

    Quando vão parar de matar aos poucos esta cidade?

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